Moradores da Marambaia, em Belém, sofrem com escassez de ônibus há mais de 5 anos e cobram providências
06/05/2025
(Foto: Reprodução) Segundo relatos da população, a situação tem ficado cada dia pior. Idosos são os mais afetados. Parada de ônibus na Marambaia, em Belém
Fabio Costa
Moradores do bairro da Marambaia, em Belém, denunciam a escassez de ônibus na região, uma situação que, segundo eles, já dura há mais de 5 anos e não recebe atenção das autoridades.
Atualmente, de acordo com relatos dos moradores, apenas quatro veículos da linha Marambaia–Ver-o-Peso estão em operação, número considerado insuficiente para atender a demanda local. Eles também dizem que a linha não circula durante domingos e feriados.
A escassez de coletivos têm prejudicado principalmente os idosos, que dependem do transporte público para realizar atividades essenciais, como consultas e exames médicos no centro da cidade.
"A gente fica muito tempo esperando no ponto. É difícil, ainda mais pra quem já tem idade. Eu não posso mais fazer nada porque já sou idosa, mas os jovens podem. Alguém tem que organizar um protesto pra ver se fazem alguma coisa", conta dona Maria de Lourdes, moradora do bairro há mais de 30 anos.
Segundo os moradores, o bairro da Marambaia já foi atendido por outras linhas, como Telégrafo–Ver-o-Peso e Médice Presidente Vargas, que cobriam mais pontos da região. No entanto, essas linhas foram desativadas sem qualquer aviso, o que agravou ainda mais a situação do transporte.
Patrícia Sutton, moradora do bairro, diz que os motoristas montam seus próprios horários, não tem uma programação diária de rotas com fiscais. "A população fica à mercê todos os dias da disponibilidade e com ônibus velhos sucateados, assentos soltos, enferrujados e sujos", diz.
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Além da linha Marambaia-Ver-O-Peso, o bairro também é atendido por ônibus das linhas Djalma Dutra e Sacramenta–Nazaré. No entanto, segundo os moradores, esses coletivos circulam apenas por algumas localidades da Marambaia, deixando grande parte da população desassistida.
Moradora do bairro há 24 anos, Rafaela Rodrigues conta sobre os transtornos que enfrenta.
"O Djalma Dutra só tem um ônibus funcionando. O Marambaia-Ver-O-Peso as vezes somente três funcionam pela manhã, que saem às 06:00, 06;40 e 07;10, fora isso não tem mais. A tarde, na maioria das vezes é somente um. E mais, de manhã, se algum motorista ou cobrador não puder trabalhar, a empresa não manda outro para substituir. Tenho que pegar algum ônibus que passe na Cabral, e chamar uma moto para ir para casa, todos os dias", desabafa Rafaela.
Já Patrick Ferreira, morador do bairro há 4 anos, relata que aos sábados a frota é reduzida, só funciona até 12:00h e domingo não tem ônibus.
"Moro há 4 anos, no conjunto Gleba II, todo dia tenho que descer na Augusto Montenegro para voltar para casa, pois se eu for esperar o Marambaia é no mínimo 1h30 de espera", diz.
A comunidade cobra ações imediatas dos órgãos responsáveis pelo transporte público em Belém e reivindica o retorno de linhas antigas ou a ampliação da frota atual para garantir mobilidade e dignidade aos moradores.
O g1 entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) e com a Secretária de Mobilidade Urbana da Capital (Semob) para obter um esclarecimento do caso, mas ainda não obteve resposta até a publicação da reportagem.
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